O Seminário possibilitou a construção de uma ecologia dos saberes por meio de um intenso diálogo entre comunidade, escolas, universidade e movimentos sociais. Pesquisadores da UNEB, professores das escolas e creches do Quingoma tiveram a oportunidade de refletir junto com os quilombolas sobre ações pedagógicas e curriculares que possam potencializar a integração entre escolas e comunidades, ou seja, entre o conhecimento formal e os saberes locais, tendo em vista a construção de processos de ensino aprendizagem mais contextualizados e significativos.
A programação iniciou-se com a fala da Diretora Raquel (Escola Municipal do Quingoma) que mobilizou toda a equipe escolar para a organização da atividade e destacou os projetos desenvolvidos pela Instituição. Em seguida teve a participação das lideranças Quilombolas como Rejane Pereira, Reinaldo Bispo e Raquel Conceição, que falaram sobre a importância das práticas sociais desenvolvidas no Quilombo.
O final da programação foi marcado pelas contribuições das professores Ana Cristina e Joana Batista (Escola Municipal do Quingoma), Patricia Conceição (CEP), Marta Moreira (Diretora da Creche Nossa Senhora das Graças), Fernando da Silva (Coordenador do Projeto Social Construir o Amanhã), bem como Idaci Ferreira e Cassiano Faleta, representantes da Secretaria de Educação de Lauro de Freitas.
Depois de muitos diálogos, foram votados os seguintes encaminhamentos para as unidades escolares do território:
1°) A implementação no currículo escolar de oficinas sobre a história e a cultura do Quingoma, ministradas pelas matriarcas do Quilombo.
2°) Estimular e promover a participação das escolas nos eventos organizados pela comunidade e vice-versa.
3°) Desenvolver atividades educativas no território, tendo em vista o fortalecimento de hortas comunitárias, práticas de artesanato e agricultura familiar.
4°) Criar cursos de qualificação profissional objetivando a inclusão produtiva das famílias quilombolas.
Por fim, foi votado a principal ação (produto da pesquisa aplicada) que será o ponta pé dessa integração entre escolas e comunidade: A construção e realização de uma agenda voltada para o ecoturismo que possa preservar a cultura quilombola e indígena, bem como gerar renda para a comunidade.
Texto: Tássio S. Cardoso
Fotos: Divulgação