"O momento de se separar das crianças e colocá-las na creche ou pré-escola causa medo e insegurança, que são sentimentos legítimos", explica Gisela Wajskop, especialista em educação infantil e diretora do curso de pedagogia do Instituto Singularidades.
Décadas atrás, as crianças entravam mais tarde na escola, aos cinco ou seis anos, e a separação entre a mãe e o bebê era feita de forma mais lenta. "Hoje em dia, a quebra é muito rápida. Os pais até se sentem culpados por não poder passar mais tempo com o bebê", conta Wajskop.
O primeiro passo para a família ficar mais segura é escolher bem a
escola. A diretora do Singularidades sugere que os pais não façam a
opção só pela racionalidade: "Não adianta escolher uma escola bilíngue,
mas com uma equipe na qual a mãe não confia".
Além de se
sentirem bem atendidos e acolhidos, os pais precisam concordar com a
proposta pedagógica e as regras da escola. "A criança percebe se o pai
critica a escola o tempo todo", avisa.
Depois de escolhida a
escola, vem um período de adaptação, tanto para as crianças quanto para
os pais. Antes do primeiro dia, as escolas costumam fazer uma entrevista
com os pais, para saber mais sobre a criança.
Coordenadores
pedagógicos recomendam que eles digam o que o filho está acostumado a
comer, qual o horário de sono, questões médicas e qualquer outra
particularidade.
Nos primeiros dias do bebê na creche, muitas escolas particulares pedem
que os pais ou outro adulto de referência permaneçam na instituição. "O
abandono é traumático. Não existe mais aquela história de deixar a
criança no portão da escola e sair correndo. Com o período de adaptação,
também não tem choradeira", diz a diretora do Instituto Singularidades.
Aos poucos, a confiança dos pais e do bebê na escola vai
aumentando. Para isso, os especialistas recomendam que a parceria seja
incrementada com muita conversa. Pais precisam ouvir a escola e
vice-versa.
Amanda Polato
UOL Educação
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/01/26/volta_aulas_adaptacao_creche.jhtm
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